Parece consensual entre entidades gestoras e até entidades reguladoras que o PENSAARP 2030 é um plano muito longe de ser cumprido. Durante uma mesa-redonda do ENEG 2025, alguns especialistas do setor da água afirmaram que sobre “o plano que vai ditar a próxima geração”, “em 2025 sabe-se muito pouco sobre a sua execução”.
Até com afirmações que o PENSAARP 2030 é “um plano que já está a falhar”, foram deixadas várias críticas ao desenvolvimento deste plano, que agora parece um pouco abafado pela recente estratégia “Água que Une”, anunciada pelo Governo português.
Diogo Faria de Oliveira da ERSAR, considerou, todavia, que a chegada desta estratégia “é uma oportunidade”, mas implica “investimento avultado”. Realçando um “gap” financeiro entre o que está garantido e o que é preciso, o orador mostrou-se preocupado com o facto de “não temos tarifas que cubram este financiamento, nem mecanismo”, além de que o PENSAARP 2030 é “um plano sem força política”, porque não está vinculado a fundos europeus.
Já Joaquim Batista da Águas da Região de Aveiro, enquanto representante de uma entidade gestora, afirmou que as mesmas não estão preparadas para ajudar a atingir as metas e que o próprio país não está capacitado para isso: “ainda temos muitos alicerces por construir”, atirou, acrescentando que “2030 não será data a cumprir”.
Também Pedro Perdigão do grupo Indaqua, falou num “plano faz de conta” e na consequente subida das tarifas da água para os consumidores. Além disso, recordou
que os custos das entidades gestoras nos últimos anos têm sido sempre superiores à subida da inflação, o que resulta num cenário insustentável e na impossibilidade de cumprir metas.
Por fim, António Cunha, CEO da Aquapor, frisou que “todos vamos ser responsabilizados pelas gerações futuras” face às más execuções e aos sucessivos atrasos de planos e estratégias. Também deixou claro que o papel dos privados tem sido desvalorizado como parte da solução, acreditando que a mesma passaria por mais concessões e por parcerias público-privadas.
Ainda noutro ponto sobre o PENSAARP 2030, o orador mostrou-se desagradado com a pouca importância dada às águas pluviais, falando de “um tema que precisa de muito trabalho”.
O ENEG 2025 está a decorrer até esta sexta-feira, 21 de novembro, no Europarque, em Santa Maria da Feira, e a Ambiente Magazine é media partner deste evento organizado pela APDA.








































