• Últimas Edições
  • Ambitur
10/12/2025
Ambiente Magazine
Sem resultado
Ver todos os resultados
  • Ambiente
    • Todos
    • Águas
    • Energia
    • Florestas
    • Resíduos
    Energia: um recurso não garantido e a necessidade de armazenamento

    GOLDBREAK conclui implementação de projeto pioneiro de produção e armazenamento de energia em Santo Tirso

    Inframoura assinada Dia Mundial do Ambiente com webinar

    BioSmart valoriza resíduos verdes da Inframoura até final de 2025

    Blue Bio Value já arrancou com edições Aceleração e Ideação 2023

    Portugal falha ambição na transposição da Diretiva da Eficiência Energética, alerta ZERO

    Greenvolt instala central solar de 4MW para a Sanofi na Irlanda

    Greenvolt instala central solar de 4MW para a Sanofi na Irlanda

    Vitrus Ambiente ultrapassa as 30 toneladas de cápsulas de café recolhidas em Guimarães

    Vitrus Ambiente ultrapassa as 30 toneladas de cápsulas de café recolhidas em Guimarães

    ERSE passa a publicar regras de informação do mecanismo MIBEL na fatura de eletricidade

    REN: Consumo com recorde histórico até novembro

    • Águas
    • Energia
    • Florestas
    • Resíduos
  • Atualidade
    • Todos
    • Alterações Climáticas
    • Mar e Agricultura
    • Ordenamento de Território
    • Política Ambiental
    • Reportagem
    “O PRR é parco no que respeita ao setor agrícola”, diz documento estratégico apresentado pela CAP

    Conselho de Ministros aprova nova estratégia para os cereais e alteração ao regime da gestão de resíduos

    Setor agroflorestal cria grupo de WhatsApp para interessados em temas como solo, agricultura e biodiversidade

    Dia Mundial do Solo: Relatório da IUCN revela que o solo armazena 45% mais carbono do que se estimava anteriormente

    Projeto Soil@INT vai monitorizar solos do interior para mitigar efeitos das alterações climáticas

    Dia Mundial do Solo: Atrasos na política nacional comprometem a defesa do solo num país com 65% dos solos degradados

    Alterações climáticas agravam perda da biodiversidade

    ZERO: Estratégia Nacional de Adaptação Climática sem financiamento e sem calendário definidos

    “Os recursos vêm da Europa mas as ideias vêm de cada país”, reforça von der Leyen

    UE decide cessar importações de gás e de petróleo a partir da Rússia

    Loulé reforça compromisso com a ação climática local e global com presença na COP 30

    Loulé reforça compromisso com a ação climática local e global com presença na COP 30

    • Política Ambiental
    • Ordenamento de Território
    • Mar e Agricultura
    • Alterações Climáticas
  • Advisor
    • Todos
    • Agenda
    • Empresas
    • Entrevistas
    • Formação
    • Investigação
    • Opinião
    Sintra cria horta solidária na Quinta das Nogueiras

    Ministério da Agricultura e Mar anuncia Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para o 2.º semestre de 2026

    Endesa inaugura nova loja física na Guarda

    Endesa inaugura nova loja física na Guarda

    Porto Business School debate a nova era climática para empresas

    Porto Business School debate a nova era climática para empresas

    Energias renováveis variáveis e transição para hidrogénio destacadas no Prémio REN

    Energias renováveis variáveis e transição para hidrogénio destacadas no Prémio REN

    Investigadores da Universidade Católica lideram projeto europeu para desenvolver embalagens antimicrobianas sustentáveis

    Investigadores da Universidade Católica lideram projeto europeu para desenvolver embalagens antimicrobianas sustentáveis

    8ª edição da Expoenergea em Badajoz abre portas à participação de Portugal

    8ª edição da Expoenergea em Badajoz abre portas à participação de Portugal

    • Entrevistas
    • Opinião
    • Investigação
    • Formação
    • Agenda
  • Sensibilização
    • Todos
    • Biodiversidade
    • Educação Ambiental
    • Iniciativas
    Comité Nacional MaB da UNESCO visita Reserva da Biosfera da Arrábida

    Comité Nacional MaB da UNESCO visita Reserva da Biosfera da Arrábida

    População de abutre-preto cresceu timidamente em 2025

    População de abutre-preto cresceu timidamente em 2025

    Agência Portuguesa do Ambiente tem nova imagem

    APA investe cerca de 310 mil euros na reabilitação do ribeiro de Picote e da ribeira da Meia Légua

    Vila Galé mobiliza hóspedes e comunidade para reflorestação da Serra da Estrela

    Vila Galé mobiliza hóspedes e comunidade para reflorestação da Serra da Estrela

    SMS levam sensibilização ambiental ao Mercado de Natal

    SMS levam sensibilização ambiental ao Mercado de Natal

    GEOTA e APA removem açude no Rio Alviela

    GEOTA e APA removem açude no Rio Alviela

    • Educação Ambiental
    • Biodiversidade
    • Iniciativas
  • Tendências
    • Todos
    • Espaços Verdes
    • Seja Ecológico
    • Sustentabilidade
    • Urbanismo
    Água de Luso lança embalagem de Natal que pode ser reutilizada como embrulho

    Água de Luso lança embalagem de Natal que pode ser reutilizada como embrulho

    Epson e Ibis Styles apresentam projeto que coloca a economia circular no centro do design de interiores e da hotelaria

    Epson e Ibis Styles apresentam projeto que coloca a economia circular no centro do design de interiores e da hotelaria

    Continente Plug & Charge terá até ao final do ano 1.000 pontos de carregamento em mais de 200 lojas

    Continente Plug & Charge terá até ao final do ano 1.000 pontos de carregamento em mais de 200 lojas

    REMO e Grupo Alves Bandeira criam rede de carregamento ultrarrápido

    REMO e Grupo Alves Bandeira criam rede de carregamento ultrarrápido

    Marina de Portimão considera a “Mais Azul” de Portugal

    Marina de Portimão considera a “Mais Azul” de Portugal

    Bairro Alto recebe sistema municipal de copos reutilizáveis

    Bairro Alto recebe sistema municipal de copos reutilizáveis

    • Espaços Verdes
    • Seja Ecológico
    • Sustentabilidade
    • Urbanismo
  • AniversárioAmbienteMagazine
Ambiente Magazine
  • Ambiente
    • Todos
    • Águas
    • Energia
    • Florestas
    • Resíduos
    Energia: um recurso não garantido e a necessidade de armazenamento

    GOLDBREAK conclui implementação de projeto pioneiro de produção e armazenamento de energia em Santo Tirso

    Inframoura assinada Dia Mundial do Ambiente com webinar

    BioSmart valoriza resíduos verdes da Inframoura até final de 2025

    Blue Bio Value já arrancou com edições Aceleração e Ideação 2023

    Portugal falha ambição na transposição da Diretiva da Eficiência Energética, alerta ZERO

    Greenvolt instala central solar de 4MW para a Sanofi na Irlanda

    Greenvolt instala central solar de 4MW para a Sanofi na Irlanda

    Vitrus Ambiente ultrapassa as 30 toneladas de cápsulas de café recolhidas em Guimarães

    Vitrus Ambiente ultrapassa as 30 toneladas de cápsulas de café recolhidas em Guimarães

    ERSE passa a publicar regras de informação do mecanismo MIBEL na fatura de eletricidade

    REN: Consumo com recorde histórico até novembro

    • Águas
    • Energia
    • Florestas
    • Resíduos
  • Atualidade
    • Todos
    • Alterações Climáticas
    • Mar e Agricultura
    • Ordenamento de Território
    • Política Ambiental
    • Reportagem
    “O PRR é parco no que respeita ao setor agrícola”, diz documento estratégico apresentado pela CAP

    Conselho de Ministros aprova nova estratégia para os cereais e alteração ao regime da gestão de resíduos

    Setor agroflorestal cria grupo de WhatsApp para interessados em temas como solo, agricultura e biodiversidade

    Dia Mundial do Solo: Relatório da IUCN revela que o solo armazena 45% mais carbono do que se estimava anteriormente

    Projeto Soil@INT vai monitorizar solos do interior para mitigar efeitos das alterações climáticas

    Dia Mundial do Solo: Atrasos na política nacional comprometem a defesa do solo num país com 65% dos solos degradados

    Alterações climáticas agravam perda da biodiversidade

    ZERO: Estratégia Nacional de Adaptação Climática sem financiamento e sem calendário definidos

    “Os recursos vêm da Europa mas as ideias vêm de cada país”, reforça von der Leyen

    UE decide cessar importações de gás e de petróleo a partir da Rússia

    Loulé reforça compromisso com a ação climática local e global com presença na COP 30

    Loulé reforça compromisso com a ação climática local e global com presença na COP 30

    • Política Ambiental
    • Ordenamento de Território
    • Mar e Agricultura
    • Alterações Climáticas
  • Advisor
    • Todos
    • Agenda
    • Empresas
    • Entrevistas
    • Formação
    • Investigação
    • Opinião
    Sintra cria horta solidária na Quinta das Nogueiras

    Ministério da Agricultura e Mar anuncia Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para o 2.º semestre de 2026

    Endesa inaugura nova loja física na Guarda

    Endesa inaugura nova loja física na Guarda

    Porto Business School debate a nova era climática para empresas

    Porto Business School debate a nova era climática para empresas

    Energias renováveis variáveis e transição para hidrogénio destacadas no Prémio REN

    Energias renováveis variáveis e transição para hidrogénio destacadas no Prémio REN

    Investigadores da Universidade Católica lideram projeto europeu para desenvolver embalagens antimicrobianas sustentáveis

    Investigadores da Universidade Católica lideram projeto europeu para desenvolver embalagens antimicrobianas sustentáveis

    8ª edição da Expoenergea em Badajoz abre portas à participação de Portugal

    8ª edição da Expoenergea em Badajoz abre portas à participação de Portugal

    • Entrevistas
    • Opinião
    • Investigação
    • Formação
    • Agenda
  • Sensibilização
    • Todos
    • Biodiversidade
    • Educação Ambiental
    • Iniciativas
    Comité Nacional MaB da UNESCO visita Reserva da Biosfera da Arrábida

    Comité Nacional MaB da UNESCO visita Reserva da Biosfera da Arrábida

    População de abutre-preto cresceu timidamente em 2025

    População de abutre-preto cresceu timidamente em 2025

    Agência Portuguesa do Ambiente tem nova imagem

    APA investe cerca de 310 mil euros na reabilitação do ribeiro de Picote e da ribeira da Meia Légua

    Vila Galé mobiliza hóspedes e comunidade para reflorestação da Serra da Estrela

    Vila Galé mobiliza hóspedes e comunidade para reflorestação da Serra da Estrela

    SMS levam sensibilização ambiental ao Mercado de Natal

    SMS levam sensibilização ambiental ao Mercado de Natal

    GEOTA e APA removem açude no Rio Alviela

    GEOTA e APA removem açude no Rio Alviela

    • Educação Ambiental
    • Biodiversidade
    • Iniciativas
  • Tendências
    • Todos
    • Espaços Verdes
    • Seja Ecológico
    • Sustentabilidade
    • Urbanismo
    Água de Luso lança embalagem de Natal que pode ser reutilizada como embrulho

    Água de Luso lança embalagem de Natal que pode ser reutilizada como embrulho

    Epson e Ibis Styles apresentam projeto que coloca a economia circular no centro do design de interiores e da hotelaria

    Epson e Ibis Styles apresentam projeto que coloca a economia circular no centro do design de interiores e da hotelaria

    Continente Plug & Charge terá até ao final do ano 1.000 pontos de carregamento em mais de 200 lojas

    Continente Plug & Charge terá até ao final do ano 1.000 pontos de carregamento em mais de 200 lojas

    REMO e Grupo Alves Bandeira criam rede de carregamento ultrarrápido

    REMO e Grupo Alves Bandeira criam rede de carregamento ultrarrápido

    Marina de Portimão considera a “Mais Azul” de Portugal

    Marina de Portimão considera a “Mais Azul” de Portugal

    Bairro Alto recebe sistema municipal de copos reutilizáveis

    Bairro Alto recebe sistema municipal de copos reutilizáveis

    • Espaços Verdes
    • Seja Ecológico
    • Sustentabilidade
    • Urbanismo
  • AniversárioAmbienteMagazine
Sem resultado
Ver todos os resultados
Ambiente Magazine
Home Ambiente

GEOTA reclama pela existência de “apoios do Estado mais robustos e contínuos” à gestão da floresta

por Cristiana Macedo
8 de Fevereiro, 2021
em Ambiente, Destaque_Newsletter, Florestas
Tempo de leitura: 8 minutos
Guardar PDFImprimir

O Renature Monchique, criado em 2019 e coordenado pelo GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), é um projeto que pretende “restaurar parte dos principais habitats” da Rede Natura 2000 afetados pelo incêndio de Monchique de 2018.

À Ambiente Magazine, Miguel Jerónimo, coordenador do Renature Monchique e membro da direção do GEOTA, refere que a iniciativa tem como foco apoiar o “bem-estar local”, mitigar os “impactos futuros das alterações climáticas” e, ao mesmo tempo, “ajudar a comunidade local a recuperar do desastre causado pelo incêndio”. Todas as intervenções têm por base o “conhecimento do terreno” e são “planeadas” e “executadas” por uma “equipa especializada de 14 elementos”, coordenada pelo GEOTA, em “estreita colaboração com os proprietários”, afirma. Para já, adianta o coordenador, as áreas englobadas são Fóia/Portela das Eiras, Perna da Negra, Corchas e Alferce/Picota. Como parte da iniciativa de “compensação das emissões de carbono da Ryanair”, este projeto “não apoia apenas a compensação de toneladas de carbono” através da “plantação de milhares de árvores”, mas também, “ajuda a revitalizar a ecologia da região” de Monchique. Resulta, assim, de uma parceria com a Ryanair, a Região de Turismo do Algarve, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e o município de Monchique.

Intervenções no terreno

Para além da recuperação de parte dos principais habitats Rede Natura 2000, o Renature Monchique tem como grande objetivo ser um “catalisador” para uma “floresta mais resiliente” aos incêndios, suportada, sobretudo, através de “espécies autóctones” e no “combate ao abandono da paisagem”. Desta forma: “Acreditamos que não fazer nada não é uma opção. O que não é rentável é ter incêndios catastróficos que consomem a floresta a cada 10 ou 15 anos e o consequente abandono”. Miguel Jerónimo acredita que um “mosaico agroflorestal mais diverso” pode contribuir para que esses eventos não se concretizem: “Têm que existir apoios do Estado mais robustos e contínuos à gestão da floresta, porque uma grande parte dos proprietários rurais não tem capacidade técnica e financeira para o fazer”. E estes “apoios” não se centram apenas a Monchique, mas a “qualquer outra região portuguesa” que seja “ciclicamente” afetada pelos incêndios, atenta.

Relativamente a balanços, o coordenador do projeto revelou que, até ao final de 2020, foram plantadas cerca de “95 mil árvores”, esperando chegar às “130 mil árvores plantadas” em abril de 2021. Carvalhos-de-Monchique, sobreiros, azinheiras, medronheiros, castanheiros, carvalhos-cerquinhos, freixos e amieiros são as espécies que este grupo de trabalho tem plantado: “Dependendo das condições biogeográficas dos terrenos e dos desejos dos proprietários, escolhemos as espécies que melhor se adaptam dentro da lista com que trabalhamos”. Até ao momento, conseguiram envolver cerca de “90 proprietários” sendo que na “maioria das propriedades” lidam com “duas ou três pessoas”, refere. Após um ano de intervenções, Miguel Jerónimo não tem dúvidas de que a “aceitação” foi bastante positiva: “A grande maioria dos proprietários envolvidos quis continuar a colaborar com o projeto”.

[blockquote style=”2″]Aldeias envelhecidas ou em vias de extinção pela migração para as vilas e cidades[/blockquote]

Avaliando o setor florestal em Portugal, o responsável começa por lembrar que a floresta representa “um terço da área” do país e está associada a “atividades económicas importantes” como a “madeira” e seus derivados, “mobiliário, pasta de celulose, pastorícia, apicultura, caça e pesca”. Para além do “aprovisionamento” dessas matérias-primas, os “espaços florestais” fornecem “serviços essenciais de regulação ecológica”, como a “biodiversidade”, a “proteção de solos e controlo da erosão”, a “regulação do ciclo da água”, a “polinização”, a “prevenção de incêndios”, o “sequestro de carbono” e os “serviços culturais” como o “lazer, turismo, identidade cultural, educação e interesse científico”, afirma. Ainda assim, o membro do GEOTA dá conta que o “elevado interesse a todos os níveis” não tem sido acompanhado de “mecanismos de gestão” adequados: “Grande parte da área florestal em Portugal, a maioria propriedade privada, tem sido votada ao abandono ou a uma gestão incipiente focada no curto prazo, com o consequente desperdício de oportunidades e criação de vulnerabilidades”.

Viveiro florestal do projeto

Basicamente, reforça o coordenador, a parte do território português com “vocação florestal” é hoje dominada pela “monocultura de pinheiro e eucalipto” e por “matos”. E a “evolução da estrutura florestal” ocorre em paralelo com um “processo acelerado” de “despovoamento do interior do país”, refere, indicando que as “aldeias estão envelhecidas” ou em “vias de extinção” pela “migração para as vilas e cidades”. Assim, os “espaços agro-silvo-pastoris perderam valor” e, portanto, capacidade de gestão: “Muitos terrenos agrícolas e pastagens deram lugar a manchas contínuas de matos ou floresta, os matos deixaram de ser usados para lenha e cama de gados, muitos proprietários abandonam os terrenos ou optam por rentabilidades a curto prazo com o mínimo esforço de gestão”. O “pinheiro” e o “eucalipto” são facilmente “combustíveis” e na “ausência de uma gestão adequada”, o responsável precisa que este tipo de povoamento é “bastante mais vulnerável aos incêndios” do que as “matas dominadas pelas espécies autóctones”, agravado, também, pelo “desaparecimento das populações das aldeias” e pelo “processo de alterações climáticas”. É certo que o “grande problema de fundo” não é a “espécie A ou B”, mas sim a “generalizada ausência” de gestão coerente: “Não há informação de base suficiente, nem de cadastro predial, nem de ocupação do território”. Além disso, acrescenta Miguel Jerónimo, a “organização da gestão é incipiente”, nomeadamente em “grandes áreas de micro propriedade” e os “PROF (Programas Regionais de Ordenamento Florestal) foram uma oportunidade perdida”. Depois, “continua a não haver coerência de políticas”, como é o caso das “políticas agrícola, florestal, climática, energética, de biodiversidade e de gestão da água”, atenta.

[blockquote style=”2″]Justa remuneração dos serviços dos ecossistemas prestados pela floresta[/blockquote]

Do ponto de vista do responsável do GEOTA, o setor florestal pode ter uma “grande importância” para o futuro se for entendido pelo seu valor real: “Um ativo para o longo-prazo”. Tal como as “políticas ambientais”, também, as “políticas florestais” medem-se em “décadas”, não em anos: “O setor tem potencial para gerar grande número de empregos e elevado valor acrescentado em múltiplas atividades económicas”. São exemplo disso, as “atividades tradicionais”, como a “silvicultura”, a “apicultura”, a “pastorícia” e a “caça”, mais as “atividades de suporte e sua fiscalização”, as “atividades emergentes”, como a “recuperação de solos” e de “ecossistemas” ou o “ecoturismo” uma “atividade em pleno crescimento” e, ao contrário de outras, “compatível” com as “modernas exigências de proteção ambiental”, da “solicitação dos mercados nacionais e internacionais”, precisa. E para que tal aconteça, Miguel Jerónimo reitera pela importância de “coerência de políticas”, da “aposta no associativismo florestal”, em “novos modelos de negócio” que “valorizem o território” e da “disponibilidade do Estado” para “investimentos a longo-prazo na floresta”.

Foto: Reuters

Já no combate à mitigação dos efeitos das alterações climáticas, o coordenador defende que as “espécies autóctones” como os “carvalhos, sobreiros, azinheiras, castanheiros, nogueiras, cerejeiras”, estão “ecologicamente” bem adaptadas ao território: “São claramente a melhor opção para conservação do solo, biodiversidade, regulação do ciclo hídrico, reservatório de carbono, resiliência às alterações climáticas e redução do risco de incêndio”. Além disso, podem também ser “interessantes” em termos de “rendimento económico a prazo”, refere, alertando, contudo, que a dificuldade está no “período de retorno dos investimentos”, exigindo “incentivos a longo-prazo”. Assim, são necessários “incentivos em larga escala” para promover tais mudanças de paradigma: “Não será possível alcançar resultados eficazes apenas por via regulamentar, proibitiva ou gestão direta do Estado”. O GEOTA defende uma “abordagem” assente no princípio da “justa remuneração dos serviços dos ecossistemas” prestados pela floresta: “Sabemos que este é um domínio ainda não completamente maduro, mas o suficiente para aplicar o princípio desde já a decisões sobre a distribuição de incentivos agro-florestais, finanças locais e benefícios fiscais relacionados com o uso do território”. Como prioridade, o coordenador defende que a “mudança de uso do território” deverá ser feita em “espaços atualmente improdutivos”, prosseguindo depois para a “substituição de povoamentos florestais inadequados”.

[blockquote style=”2″]A culpa é das políticas medíocres definidas pelo Estado[/blockquote]

Para Miguel Jerónimo, a floresta é um tema que “carece” de mais “investigação “e de “informação” atualizada para que se possa ter uma “posição mais aprofundada”. No entanto, relativamente a outros países no mundo, “Portugal está melhor que o Brasil ou Moçambique”, onde a “legislação” e as “práticas ambientais”, por diferentes razões, “deixam muito a desejar”. Ainda assim, atenta o coordenador, Portugal está longe de “países escandinavos” como a “Suécia” ou a “Finlândia”, onde se “gere o crescimento e corte de cada árvore” e em que “a gestão da floresta é feita de forma sustentável” para atender não só às “necessidades económicas”, mas também “sociais e ecológicas”.

Afinal, que papel devem ter os líderes políticos nestas matérias? Segundo Miguel Jerónimo, o “Estado detém apenas 2% da floresta” e os “restantes 98%” são “baldios” sem uma “gestão coerente” ou “pertença de meio milhão de proprietários com uma dimensão média da propriedade de cinco hectares”, muitas vezes “dividida em várias parcelas”. Desta forma, precisa o responsável, “não se conhece a titularidade de grande parte das propriedades”, devido às “múltiplas sucessões e partilhas não registadas”. E um “ordenamento adequado destas áreas só é possível mediante o associativismo florestal”, que em Portugal ainda é “incipiente”, refere. Nas últimas décadas, quando o Estado precisava de se “preocupar mais com os espaços florestais em crise e em mudança”, as capacidades que tinha foram desmanteladas: “Os serviços florestais foram desmembrados, a Estação Florestal Nacional e corpo de Guardas Florestais foram extintos e o número de profissionais da floresta, como os sapadores florestais ou vigilantes da natureza, é grosseiramente insuficiente”, alerta. Para o coordenador, os “diversos serviços públicos com intervenção na floresta” sofrem da “falta de meios humanos, materiais, preparação e coordenação”. Esta “incúria sistémica” do Estado é grave: “Perdeu-se conhecimento, memória institucional e capacidade de intervenção”. Por outro lado, atenta o responsável, o “sistema de incentivos” em vigor no setor agroflorestal privilegia a “rentabilidade de curto-prazo”, em detrimento de um “ordenamento que sirva o interesse público a longo-prazo”. Nas últimas décadas, lembra Miguel Jerónimo, o “eucalipto cresceu”, porque é o “uso que dá uma rentabilidade mais rápida” e, no passado, aconteceu o mesmo com o pinheiro bravo: “A culpa não é do pinheiro ou do eucalipto, ou dos proprietários que os instalam, a culpa é das políticas medíocres definidas pelo Estado”. No passado, a “desregulação” parecia “favorecer os setores industriais das fileiras do eucalipto e do pinheiro”, mas, neste momento, isso já não é verdade: “A vulnerabilidade aos incêndios e a subutilização do território reduziram o valor e aumentaram os riscos associados à floresta”, alerta.

Olhando para o setor florestal, que cenário prevê para daqui a 30 anos? 

Vejo um setor que apostou no desenvolvimento sustentável da floresta através da aposta em espécies autóctones e numa mudança estrutural do mosaico florestal português com o pagamento dos serviços dos ecossistemas; um setor que se especializou e se atualizou para fazer face às alterações climáticas que afetam Portugal; e um setor que promoveu fortemente o associativismo florestal e contribuiu para melhorar a coesão territorial, social e económica. A floresta é um sistema complexo. Não é possível resolver de um dia para o outro os problemas acumulados por décadas de negligência. O diagnóstico está feito e as soluções essenciais são conhecidas. Haja coragem política para assumir o caminho, e bom senso para ouvir quem tem de ser ouvido. “Devagar se vai ao longe”: as soluções duradouras para a nossa floresta têm de ser construídas de forma cooperativa com as partes interessadas.

 

PartilhaTweetPartilhaEnviar
Artigo anterior

PS recomenda ao Governo que crie apoios para sistemas antigranizo

Artigo seguinte

Iberdrola vence adjudicação de postos de carregamento em municípios do Interior de Portugal

Artigos Relacionados

Energia: um recurso não garantido e a necessidade de armazenamento
Energia

GOLDBREAK conclui implementação de projeto pioneiro de produção e armazenamento de energia em Santo Tirso

O sistema integra uma central fotovoltaica de 320 kWp, equipada com células N-type de última geração, com potência unitária de...

9 de Dezembro, 2025
29
Inframoura assinada Dia Mundial do Ambiente com webinar
Resíduos

BioSmart valoriza resíduos verdes da Inframoura até final de 2025

A BioSmart, empresa do Grupo NOV Ambiente e Energia, iniciou a receção de resíduos verdes provenientes da Inframoura. O contrato,...

9 de Dezembro, 2025
14
Blue Bio Value já arrancou com edições Aceleração e Ideação 2023
Energia

Portugal falha ambição na transposição da Diretiva da Eficiência Energética, alerta ZERO

A consulta pública à proposta de transposição parcial da Diretiva (UE) 2023/1791 sobre Eficiência Energética terminou esta sexta-feira, 5 de...

9 de Dezembro, 2025
39

Populares

  • “O PRR é parco no que respeita ao setor agrícola”, diz documento estratégico apresentado pela CAP

    Conselho de Ministros aprova nova estratégia para os cereais e alteração ao regime da gestão de resíduos

    0 partilhas
    Partilha 0 Tweet 0
  • Linha Violeta do Metro de Lisboa foi aprovada

    0 partilhas
    Partilha 0 Tweet 0
  • Portugal falha ambição na transposição da Diretiva da Eficiência Energética, alerta ZERO

    0 partilhas
    Partilha 0 Tweet 0

Subscrever a nossa newsletter

Enviámos-lhe um e-mail! Veja na sua caixa de correio ou na pasta de spam como confirmar a sua subscrição.

Siga-nos nas redes sociais

Notícias by Ambitur

Quem é… Bruno Veiga?
9 Dezembro 2025
Quem é… Bruno Veiga?
Paris volta a ser destino preferido dos portugueses na época mais mágica do ano
9 Dezembro 2025
Paris volta a ser destino preferido dos portugueses na época mais mágica do ano
Actahotels: “Lisboa é um destino estratégico que reforça a nossa aposta em Portugal como mercado chave”
9 Dezembro 2025
Actahotels: “Lisboa é um destino estratégico que reforça a nossa aposta em Portugal como mercado chave”
Madeira reconhecida mais uma vez como Melhor Destino Insular do Mundo
9 Dezembro 2025
Madeira reconhecida mais uma vez como Melhor Destino Insular do Mundo

Últimas Edições

Ambiente Magazine

© 2015 - 2025 Ambitur | Todos os direitos reservados. Powered by DCC

 

  • Estatuto Editorial
  • Contacte-nos
  • RGPD

Siga-nos

Usamos cookies para lhe oferecer uma experiência mais relevante, lembrando as suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar “Aceito”, consente a utilização de todos os Cookies. Pode, no entanto, visitar "Preferências de Cookies" para um consentimento mais controlado.
Preferências de CookiesAceitar todos

Preferências de Cookies

Privacy Overview

This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessárias
Sempre activado
Os cookies necessários são absolutamente essenciais para o bom funcionamento do site. Esses cookies garantem funcionalidades básicas e recursos de segurança do site, anonimamente.
Funcionais
Os cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site nas redes sociais, receber feedbacks e outros recursos de terceiros.
Desempenho
Os cookies de desempenho são usados ​​para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência aos visitantes.
Analítico
Os cookies analíticos são usados ​​para entender como os visitantes interagem com o site. Teste cookies ajudam a fornecer informações sobre o número de visitantes, taxa de rejeição, origem de tráfego, etc.
Publicidade
Os cookies de publicidade são usados ​​para fornecer aos visitantes anúncios e campanhas de marketing relevantes. Esses cookies rastreiam os visitantes em sites e coletam informações para fornecer anúncios personalizados.
Outros
Outros cookies não categorizados são aqueles que estão sendo analisados ​​e ainda não foram classificados em uma categoria.
GUARDAR E ACEITAR
Sem resultado
Ver todos os resultados
  • Ambiente
    • Águas
    • Energia
    • Florestas
    • Resíduos
  • Atualidade
    • Política Ambiental
    • Ordenamento de Território
    • Mar e Agricultura
    • Alterações Climáticas
  • Advisor
    • Entrevistas
    • Opinião
    • Investigação
    • Formação
    • Agenda
  • Sensibilização
    • Educação Ambiental
    • Biodiversidade
    • Iniciativas
  • Tendências
    • Espaços Verdes
    • Seja Ecológico
    • Sustentabilidade
    • Urbanismo
  • AniversárioAmbienteMagazine

© 2015 - 2025 Ambitur | Todos os direitos reservados. Powered by DCC