Contrariando as perspetivas negativas que foram sendo avançadas por vários agentes do setor ao logo dos primeiros seis meses do ano, os dados públicos já disponíveis desmentem receios e confirmam que o mercado da cortiça mantém uma performance positiva. Foram registadas exportações totais na ordem dos 600 milhões de euros e houve uma ligeira subida do preço médio global de venda.
Apesar da diminuição do peso das rolhas de cortiça natural, em valor e em volume, as restantes classes de rolhas, aglomeradas e de champanhe, compensaram essa quebra. O preço médio das rolhas naturais subiu substancialmente, o que é justificado pela perda do mercado de mais baixo valor por substituição por rolhas aglomeradas, mantendo a rolha natural a sua liderança nos segmentos dos vinhos premium.
Segundo a UNAC, Este quadro positivo não reflete ainda a recente notícia de isenção de tarifas nas exportações de cortiça para os Estados Unidos, cuja imprevisibilidade era também um dos fatores de preocupação. Estabilizado este mercado, o que terá certamente repercussões positivas no consumo de rolhas de cortiça nos EUA, há perspetivas de um potencial crescimento interno e a natural expectativa de que este venha a ser acompanhado também por uma melhoria do preço.
“A confirmação desta tendência deve ter como consequência a atualização em alta do preço da cortiça à produção, retomando um patamar que assegure que a atividade desenvolvida pelos produtores de cortiça é economicamente viável, promovendo a boa gestão e o investimento nos montados, o que na conjuntura atual é inviável numa parte significativa dos mesmos”.
“Contribuirá ainda para proteger os valores sociais e ambientais dos montados portugueses, a sua enorme biodiversidade, o balanço positivo de carbono e a sua paisagem única, reforçando este sector estratégico para a economia do país”, afirma a UNAC.









































