O #MovRioDouro, movimento de cidadania em defesa dos rios da bacia hidrográfica do Douro, pede à Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana (APDL) e à Agência Portuguesa do Ambiente, que revelem qual o impacto dos navios-hotel no rio Douro. O movimento, que está “manifestamente contra” a construção da mega infraestrutura do Cais do Cavaco, em Vila Nova de Gaia, não compreende “como se pode sequer equacionar a construção de uma infraestrutura que possa aumentar ainda mais a presença destes navios no rio”.
O #MovRioDouro, movimento de cidadania em defesa dos rios da bacia hidrográfica do Douro, querem saber, junto da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana (APDL) e da Agência Portuguesa do Ambiente, qual o impacto dos navios-hotel no rio Douro.
Num comunicado, o movimento manifesta-se contra a construção da mega infraestrutura do Cais do Cavaco, em Vila Nova de Gaia: “Como se pode sequer equacionar a construção de uma infraestrutura que possa aumentar ainda mais a presença destes navios no rio?”.
O Movimento considera que há “questões pertinentes e até urgentes sobre os usos e os abusos” que têm sido cometidos nas duas margens do Douro: “Aquilo que temos vindo a assistir nos últimos anos, talvez décadas, é o completo abandono do rio, leito e margens, pelas autoridades públicas responsáveis pela sua gestão, salvaguarda e preservação. É a perfeita demissão dos deveres do estado, central e local, perante a ofensiva dos interesses privados que tomaram para si o seu uso e benefício do rio e das suas margens”, atenta António Soares Luz, membro do #MovRioDouro.
Tendo sido uma das organizações a fazer uso da participação pública no processo que terminou a 14 de junho, o movimento questiona o “modelo de desenvolvimento do turismo que se baseia na exploração de um bem-comum para benefício de uma pequena minoria, e cujos benefícios para a sociedade por inteiro, e para as populações locais, em particular, assim como os impactos nefastos da navegação dos navios-hotel no Douro, nunca foram verdadeira e responsavelmente avaliados”.
No mesmo comunicado, este movimento não entende como é que “não existem quaisquer estudos de impacte ambiental” sobre o aumento do número de navios-hotel previsto. “É inadmissível a privatização das margens e é intolerável que um património público possa ser alienado e possa estar ao serviço da atividade turística, que se dedica à exploração daquilo que é de todos nós. Ademais, questionamos a ausência de estudos de alternativas para localização e dimensões do terminal, nomeadamente que não se traduzam na construção de um edifício de enormes proporções sobre o leito do rio, e, portanto, com menor impacto no rio. Não haveria alternativas em que se pudessem reabilitar estruturas existentes?”, questiona António Soares Luz.