Por Carlos Mata, vice-presidente do IPS para a Sustentabilidade
No Politécnico de Setúbal (IPS), a sustentabilidade ambiental não é apenas um conceito: é uma prática diária que transforma os seus campi num espaço vivo, verde e inovador.
Reconhecido como EcoCampus pela Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE), distinguido várias vezes pela Associação Portuguesa de Ética Empresarial (APEE), pelas boas práticas de Responsabilidade Social e Sustentabilidade, nomeadamente no que respeita aos ODS 4 e 15 (Educação de Qualidade e Proteger a Vida Terrestre), e ainda detentor do Selo Verde – Certificado de Qualidade Ambiental da Câmara Municipal de Setúbal, o IPS pretende ser um laboratório a céu aberto para aprender, investigar e cuidar do futuro.
Estes reconhecimentos à escala local e nacional são o resultado de um investimento, continuado e consequente, na gestão e educação ambiental para a sustentabilidade, traduzindo-se em iniciativas como a identificação e caracterização de espécies de fauna e flora de ambos os campi, que culminaram na criação de uma Estação da Biodiversidade (Setúbal), e de dois Biospots (Barreiro). Nestes espaços, propõe-se descobrir as várias formas de vida que coexistem com a comunidade académica, em percursos pedestres guiados por informação científica e outras curiosidades, num misto entre contemplação e descoberta da paisagem.
Enquanto instituição que valoriza e que aposta na preservação do seu património natural, encarando-o também como contexto de ensino/aprendizagem, o IPS investiu igualmente na instalação de caixas-ninho para aves e abrigos para morcegos, e na criação de um projeto de ciência cidadã na plataforma Biodiversity4All, ao mesmo tempo que tomou medidas para reforço da reciclagem de resíduos e redução dos consumos energéticos.
Paralelamente, em 2022, o IPS produziu um conjunto de fotografias sobre a biodiversidade observável nos seus campi, reunindo-as numa uma exposição itinerante que tem percorrido escolas, autarquias e outras entidades da região, totalizando mais de 30 exibições e 12 palestras sobre o tema.
São ao todo 42 imagens de fauna e flora de grupos taxonómicos variados, que se apresentam acompanhadas de pequenos textos em linguagem comum e acessível, visando um público genérico desconhecedor dos temas e incentivando à descoberta.
A estas medidas junta-se o seu projeto mais ambicioso, ainda em curso: a criação de um bosque mediterrânico, envolvendo toda a comunidade académica e parceiros locais. A proposta, que conquistou o 1.º lugar no concurso de ideias IPS Sustentável de 2022, foi posta no terreno no ano seguinte, com a plantação de cerca de 2 000 árvores e arbustos autóctones, como o medronheiro, a zelha, a aroeira, o trovisco, a roselha, e o aderno-de-folhas-largas, entre outras das 40 espécies selecionadas. O bosque teve como fonte de inspiração o método Miyawaki, que tem impulsionado a plantação de centenas de miniflorestas urbanas por todo mundo, e que encontra condições privilegiadas no campus de Setúbal do IPS, com cerca de 22 hectares de área total.
Este é apenas mais um contributo do IPS para o enriquecimento da biodiversidade local e, esperemos, um exemplo a replicar para lá dos portões da academia.








































