A ANPROMIS (Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo) e a AGPME (Associação Geral dos Produtores de Milho de Espanha) debatem o setor agrícola no Altis Grand Hotel Lisboa nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2024, em Lisboa. Este será um momento para debater os mais variados temas que afetam a cultura do milho, com especial destaque para a água e o regadio. No segundo dia do encontro, quatro eurodeputados juntam-se para debater “A importância da gestão integrada dos recursos hídricos em ambiente de Alterações Climáticas”.
O presidente da ANPROMIS, Jorge Neves, sublinha que “a questão da disponibilidade de recursos hídricos é comum aos dois países”, ainda que possam ter ligeiras diferenças. “Espanha está um pouco mais defendida do que Portugal porque sempre teve uma política muito forte de regadio. Em Portugal, isso não tem acontecido e, mais recentemente, quem produz culturas de regadio é visto como um grande consumidor de água. Mas isso não é verdade porque os agricultores não consomem água, transformam-na em alimentos. Usamos a água”, explica.
Jorge Neves conclui que as alterações climáticas estão a fazer subir a questão da água e do regadio para os países do centro e do norte da Europa o que obrigará a “União Europeia a encarar este tema com outra profundidade”.
Este evento de destaque, que visa reunir especialistas, agricultores e stakeholders da indústria, sublinha a importância do setor do milho na Península Ibérica. Com uma colaboração frutífera entre a ANPROMIS e a APGME, o congresso oferecerá uma plataforma única para a troca de conhecimentos, experiências e ideias inovadoras no âmbito da produção de milho.
Neste momento, contabilizassem cerca de 600 inscrições, sendo 150 de estudantes o que “demonstra a capacidade mobilizadora que caracteriza não só esta nossa Organização, como a fileira do milho e reforça a aproximação dos jovens a esta cultura, confirmando que a continuidade do setor está assegurada para as próximas gerações”.
“O congresso une o setor agrícola, mas é também preocupação nossa que através deste evento a sociedade perceba a importância de produzir alimentos e de fazer uma ocupação organizada, consistente e integrada do espaço rural”, remata Jorge Neves.
Uma estratégia peninsular
O 3.º Congresso Ibérico do Milho decorre num momento em que os agricultores se manifestam e procuram melhores condições para desenvolverem a sua atividade.
Numa fase de crescente contestação, a ANPROMIS e a APGME unem esforços “para serem uma voz única da Península Ibérica na defesa do setor do milho”, comenta Jorge Neves, presidente da ANPROMIS.
“O milho é uma das principais culturas arvenses da Península Ibérica e também das que mais tem perdido competitividade com as reformas da Política Agrícola Comum. A ANPROMIS e a APGME estão em permanente contacto para defender os interesses do setor em várias frentes, ao nível político, de gestão da água e inovação tecnológica”.