O Grupo Ingka, dono da IKEA, anuncia investimento de cerca de 600 milhões de euros para acelerar o processo de transição e alcançar o compromisso global de ter uma operação com neutralidade de carbono até 2030. Com este movimento, o investimento em sustentabilidade representará 3,8 mil milhões de euros, informa o grupo em comunicado.
Desde 2009, o Grupo Ingka tem vindo a investir, através da Ingka Investments, em empresas inovadoras que apoiam os objetivos de sustentabilidade, incluindo o cumprimento da meta de produzir 100% de energia renovável. Neste contexto, em 2018, a IKEA Portugal passou a deter o Parque Eólico do Pisco, com 25 turbinas, que produz energia renovável equivalente à que consomem cerca de 30 lojas IKEA. De acordo com o grupo, o próximo passo passará por “investir em empresas e soluções com um impacto direto no cumprimento do Acordo de Paris e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”.
“Acreditamos que um bom negócio é ser um bom negócio. Apesar dos desafios significativos que enfrentamos no mundo, ainda temos nas nossas mãos a mudança de direção da crise climática. Queremos fazer parte da solução, por isso continuaremos a focar os nossos investimentos futuros para garantir uma recuperação mais limpa, mais verde e mais inclusiva”, afirma Juvencio Maeztu, CEO Deputy e CFO do Grupo Ingka.
O Grupo Ingka está empenhado em realizar projetos focados no ambiente, contribuindo para o compromisso global de reduzir mais as emissões de gases de efeito estufa, do que a cadeia de valor da IKEA emite, até 2030. No início deste ano, a IKEA anunciou que reduziu a sua pegada climática em 4,3%, quando o negócio teve 6,5% de crescimento. A empresa possui, atualmente, 546 turbinas eólicas em 14 países, dois parques solares com 1,5 milhões de painéis solares, e mais de 920.000 painéis solares nos telhados das lojas e armazéns IKEA. Estes investimentos contribuíram para que o Grupo Ingka atingisse a sua meta de produzir tanta energia renovável quanto a que consome.
Para Christiana Figueres, ex-secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e palestrante do One Home One Planet, “este movimento destaca o papel que as empresas podem desempenhar na abordagem aos desafios das alterações climáticas. Devemos direcionar os investimentos para as tecnologias verdes e soluções limpas. As empresas, grandes e pequenas, têm um papel importante a desempenhar e a oportunidade de transformar os desafios que enfrentamos em soluções, à medida que reconstruímos um mundo melhor”.
A IKEA apoia totalmente o Acordo Verde da União Europeia, apelando a que a UE construa o seu plano de recuperação para apoiar e acelerar a transição para uma economia circular e neutra para o clima e o Roteiro de Ação Climática Exponencial para reduzir para metade as emissões de gases de efeito estufa em termos absolutos, até 2030, e assim ter um impacto positivo nas pessoas e no planeta.
Para além dos investimentos, o Grupo Ingka está também a implementar uma medida de utilização de zero combustível fóssil, para se alinhar com os novos padrões da ESG (Environmental, Social and Corporate Governance). Além disso, também será realizada uma revisão dos fundos de investimento globais e locais, em 31 países, para garantir este alinhamento com os padrões ESG.
“É com grande orgulho que vemos o Grupo Ingka e a IKEA darem passos muito significativos na direção da descarbonização, trabalhando em conjunto com outras empresas e membros da sociedade para combater o aquecimento global e as alterações climáticas”, afirma Helen Duphorn, responsável da IKEA Portugal.
O anúncio do investimento foi feito num evento virtual de sustentabilidade do Grupo Ingka, chamado One Home, One Planet, que tem a duração de dois dias, e a presença de mais de 300 líderes, ONGs e parceiros de negócios de muitas áreas da sociedade, que trabalham juntos para ajudar a desenvolver, moldar e encontrar soluções para causar um impacto positivo nas consumidores comunidades, colaboradores e o planeta.
