A sexta sessão da Academia da Água, organizada pela APRH (Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos), arrancou esta quarta-feira, em Lisboa, com o painel “(Re)pensar a água nas cidades”.
Maria Manso, da Faculdade de Engenharia da Universidade Lusófona, foi uma das oradoras e veio falar como soluções baseadas na natureza podem contribuir para uma melhor gestão da água em contexto urbano.
Tendo em conta o problema de impermeabilização do espaço urbano e a questão “para onde levamos a água e o que lhe fazemos?”, Maria Manso explica que há “soluções além dos sistemas de drenagem e de tratamento”, ou seja, há um “sistema complementar que permite a infiltração da água”.
Trazendo benefícios ambientais, económicos e sociais, promovendo a resiliência urbana, a simulação da natureza poderá ser uma prática sustentável ao nível costeiro, à escala do bairro ou local, ou à escala da bacia hidrográfica e da paisagem.
Como exemplos, a oradora trouxe a renaturalização das margens de um rio em França, onde um rio degradado passou a ter zonas recreativas e zonas de retenção em caso de cheias, minimizando assim os impactos das alterações climáticas.
Outros exemplos dados são as hortas urbanas, a reconversão de estruturas edificadas, os jardins de chuva e as coberturas ajardinadas, que desta última se tem o exemplo em Alcântara, Lisboa.
Assim, Maria Manso conclui que as coberturas verdes podem reter entre 33% a 81% das águas pluviais, reduzindo o risco de inundações e promovendo um atraso na emissão de águas pluviais para a rede de drenagem.
A sexta edição da Academia da Água, organizada pela APRH, realiza-se ao longo desta quarta-feira, dia 10 de abril, no Auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona, em Lisboa.