O projeto rePLANT, que junta empresas, universidades e centros de investigação para a valorização e defesa da floresta, apresentou, esta segunda-feira, no Parque das Serras do Porto, tecnologias inovadoras de defesa e gestão da floresta e do fogo.
Em comunicado, o CoLAB ForestWISE, que lidera o projeto com a Navigator Forest Portugal, enumera “os quatro projetos inovadores”, que foram desenvolvidos em conjunto com os principais parceiros do rePLANT: REN, Universidade de Coimbra, whereness, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Altri, INESC TEC, Trigger e Fravizel.
O primeiro compreende a “sistemas de apoio à monitorização de incêndios florestais”, instalados pela REN e a Universidade de Coimbra nos postes da empresa energética localizados no Parque das Serras do Porto.
Compostos por câmaras óticas e térmicas, estes sistemas têm a função de monitorizar, proteger e antecipar o impacto dos incêndios rurais na floresta, fornecendo imagens em tempo real, com informações sobre a meteorologia e a vegetação, refere o CoLAB ForestWISE.
A investigação científica, no âmbito desta monitorização, permitirá simular o comportamento do fogo e monitorizar os incêndios, contribuindo para a resiliência e integridade da floresta e das infraestruturas.
Outro projeto diz respeito a “aplicações móveis para inventário florestal. “As boas práticas da gestão florestal implicam a utilização de ferramentas de monitorização que facilitam a tomada de decisões, como, por exemplo, o inventário florestal”, explica o CoLAB ForestWISE, no comunicado.
A informação recolhida permitirá, como se pode ler no documento, apurar a quantidade de árvores, o volume e outras informações de carácter quantitativo e qualitativo, que são fundamentais para um planeamento adequado.
“Estas aplicações móveis poderão ser utilizadas tanto por pequenos proprietários e associações florestais, como por grandes empresas do setor florestal, possibilitando uma estimativa muito fiável, de baixo custo, simples e rápida”, avança a entidade responsável pelo rePLANT.
O CoLAB ForestWISE prossegue entretanto com a apresentação do terceiro projeto, através do qual será feita a “integração digital de dados em equipamentos ao longo da cadeia de valor”. Durante este projeto, foram desenvolvidas tecnologias que possibilitam, à distância e de forma automática, recolher informação dos equipamentos associados às operações de exploração florestal.
“Esta informação é importante para toda a cadeia de valor e a sua obtenção implica o registo e comunicação de todos os dados recolhidos pelos sensores das máquinas usadas nas operações florestais”, explica o comunicado do CoLAB ForestWISE. “Esta tecnologia poderá permitir, por exemplo, a gestão em tempo real de máquinas florestais, monitorizando a produção, localização e movimentação da operação de corte”, acrescenta a entidade.
O último projeto apresentado no Parque das Serras do Porto diz respeito a “novos equipamentos para gestão de combustíveis utilizando robótica”. O INESCTEC testou o robô Modular-E em tarefas de limpeza da floresta ao longo das linhas de plantação, tendo realizado também alguns testes preliminares no Parque das Serras do Porto, segundo CoLAB ForestWISE, “com resultados que permitiram tirar conclusões para a melhoria do equipamento”.
“Com uma precisão de registo centimétrico, este equipamento tem a capacidade de detetar áreas que necessitam de limpeza com uma margem de erro mínima”, refere o CoLAB ForestWISE. “Além disso, é compacto e acessível, tornando-o uma solução prática e económica para a manutenção da floresta”, acrescenta.
Ao apresentar as novas tecnologias desenvolvidas no decorrer do rePLANT, o CoLAB ForestWISE explica, no comunicado, o objetivo deste projeto.
“O rePLANT pretende ter impacto em todo o ecossistema produtivo e empresarial do setor florestal, melhorando a segurança das populações com os sistemas de prevenção e combate aos incêndios, enquanto reduz as ameaças à biodiversidade e aumenta a resiliência da floresta e das infraestruturas. E inovar na valorização da floresta, mais produtiva, eficiente e com menor risco, garantindo a competitividade do setor”, pode ler-se no documento.
“As tecnologias que hoje apresentamos fazem parte de um leque de resultados e produtos que derivam deste projeto mobilizador que junta o melhor conhecimento técnico-científico das entidades empresariais e não empresariais que formam o rePLANT”, afirmou Carlos Fonseca, diretor científico e tecnológico do CoLAB ForestWISE, durante a iniciativa realizada na segunda-feira
Citado no comunicado, o responsável acrescenta que estes “foram três anos de trabalho em prol do futuro da floresta, com soluções que contribuem para o seu desenvolvimento sustentável e para a valorização de toda a cadeia de valor florestal”.
O rePLANT está estruturado em três grandes áreas de atuação, sendo elas a gestão da floresta e do fogo, a gestão do risco e a economia circular e cadeias de valor. Liderado pela Navigator Forest Portugal, com a coordenação técnico-científica do CoLAB ForestWISE, o projeto tem um investimento de 5,6 milhões de euros.