Realizou-se ontem o XV Encontro Nacional de Gestão de Resíduos, uma organização da APEMETA, em parceria com a ESGRA. Nuno Soares, presidente da Tratolixo, participou da primeira mesa redonda – “Da deposição à Recuperação” -, em conjunto com Miguel Lisboa, administrador da EGF, e Emídio Sousa, secretário de Estado do Ambiente, e sublinhou que o país não pode continuar a assistir a evoluções nos resíduos em baixa como tem acontecido até aqui, defendendo que “a alta tem de caminhar de mãos dadas com a baixa, e vice-versa”.
Se houver esta evolução na gestão de resíduos em baixa, o orador admite ver, daqui a 10 anos, uma gestão em alta também melhor, até porque “quando se investir em tecnologia, a alta vai ser mais eficiente”, adianta. Para Nuno Soares, se a capacidade da gestão de resíduos em alta não for reforçada a nível da valorização energética, o setor não vai conseguir atingir os objetivos propostos para 2035, de deposição inferior a 10% em aterro. Mas crê que se estas premissas se concretizarem, será até possível, eventualmente, eliminar a deposição em aterro. E aí, sim, entrar num novo paradigma.
“A partir do momento que tivermos uma baixa a recolher seletivamente aquilo que tem de recolher, não só a nível dos materiais mas também dos biorresíduos, e tivermos uma capacidade instalada de valorização energética em linha com aquilo que o Plano de Ação Terra preconiza, eu antevejo que o paradigma das células de confinamento técnico se possa alterar, e aquilo que é hoje um tema, passe a ser uma solução”, frisa o presidente da Tratolixo.
Nuno Soares aponta então para a necessidade de se avançar já com duas medidas fundamentais. “Não podemos adiar mais as medidas que dizem respeito à reengenharia das células de confinamento técnico ou construção de novas células. É imprescindível em qualquer das situações identificadas no Plano Terra. Isso, a par do aumento da valorização energética”.
Por Inês Gromicho







































