No segundo dia da conferência anual da APREN (Associação Portuguesa de Energias Renováveis), diferentes empresas debaterem a biodiversidade e a aceitação social no que diz respeito aos grandes projetos, ficando desde logo marcado por todas que é importante a população local entender a relevância da infraestrutura e que a mesma não implique danos ambientais.
Pedro Fernandes da Lightsource BP começou por afirmar que “o desenvolvimento de 3 gigawatts de projetos em Portugal, para ser realizado e para chegarmos às medidas corretas, requer um esforço muito grande na recolha de informação”, sendo um dos pontos fulcrais o ponto de injeção. “É com base nesse ponto que iniciamos todo um processo com contacto com proprietários, com municípios e um processo muito prolongado de monitorização, que nos dá um retrato do que é aquele território e dos seus valores que podem ser potenciados com a existência do nosso projeto”.
Tudo isto requer “o envolvimento de equipamentos multidisciplinares muito significativas, que, por exemplo, na vertente da biodiversidade, têm um impacto muito grande na realização de campanhas”. Além disso, para Pedro Fernandes é fundamental garantir o contacto com as ONG’s, que por norma conhecem bem o terreno em questão.
Já Hugo Paz da WeLink acrescentou que a sua empresa “tem como visão construir um futuro sustentável” e “isso faz-se ao entregar projetos com melhor qualidade e com impacto positivo, em geral, para todos”.
Desta forma, “temos de olhar para o território, para as condicionantes gerais que o território apresenta, analisar com qualidade a envolvente do projeto, olhar para as linhas de água, para o relevo e para os pontos mais importantes que temos de preservar”. “Com base nesta informação, começamos a desenhar o projeto com o objetivo de impactar o menos possível no território e integrá-lo da forma mais eficaz possível”, complementou.
Por sua vez, Maria João Pedreira da Acciona frisou que “quando chegamos ao território, a primeira ação é ouvir” – esta empresa preocupa-se sempre em reunir com as autarquias, com os agricultores, com grupos ambientalistas locais e com todos os agentes que possam estar envolvidos e ser impactados pela construção de um projeto de energia renovável. Assim, “temos sempre como objetivo que o projeto gere um impacto real positivo”.
“Os projetos nunca são definidos, como toda a gente saberá, sem haver este primeiro conhecimento e este conhecimento tem de ser real, para que depois o projeto flua de uma forma natural, ajustando, obviamente, às necessidades que encontrarmos e definindo, então, as medidas concretas para melhorar”, explicou ainda.
Também Nélson Luís da Akuo Portugal aproveitou para comentar que “a forma como as empresas se posicionam, a forma como se compram painéis, não é o que vai ser o grande fator de diferenciação. Aqui, nestas matérias de biodiversidade, a forma como gerimos as componentes de aceitação social, mais ou menos no nosso entender, é o que vai ser um fator determinante para a implementação dos projetos”.
A Portugal Renewable Energy Summit realizou-se nos dias 2 e 3 de outubro, no Grande Auditório da Culturgest, em Lisboa, juntado diferentes players do setor para debater a atualidade e o futuro das energias renováveis.







































