A Ambiente Magazine esteve à conversa com João Portela, CEO da Sotkon, que nos explica os desafios da empresa e as suas ambições.
Que serviços oferece a Sotkon?
Quando começámos, em 1995, éramos somente um fabricante de contentores enterrados para Resíduos Sólidos Urbanos. Ao longo dos anos, e depois de muito investimento realizado em I&D, fomos não só desenvolvendo equipamentos mais eficientes e de qualidade superior, mas também acrescentando à nossa oferta um portefólio de serviços com base em tecnologias digitais. O objetivo é, não só conseguir mais e melhor reciclagem na fonte, mas também dar maior durabilidade aos nossos equipamentos – acreditamos que durabilidade também é sustentabilidade! Atualmente, os nossos serviços são prestados essencialmente com base no Sotkis (Sotkon Intelligent Systems), o qual possibilita o alcance destes objetivos.
Quem são os clientes destes serviços?
Essencialmente são os municípios, que utilizam o Sotkis para melhorar a eficiência e eficácia da sua gestão de resíduos, por exemplo: otimizar as rotas de recolha para diminuir emissões CO2 (Sotkis Level), melhorar a qualidade dos resíduos seletivos (Sotkis DRS- Digital Return System), monitorizar as deposições (Sotkis Access), prolongar a vida útil dos equipamentos (Sotcare), entre outras valências, em desenvolvimento contínuo.
Como é que a empresa está a inovar na reciclagem?
Em 2009, fomos a primeira empresa em Portugal a aplicar sondas de enchimento em contentores RSU. Desde então desenvolvemos o Sotkis para ser o primeiro ecossistema digital e universal (isto é, aplicável a qualquer tipo de contentor, de qualquer fabricante, em qualquer país) que permite a cada município desenhar e implementar a política de resíduos que mais contribua para o cumprimento dos objetivos comunitários (em 2035: taxa de reciclagem, mínimo 65%; e resíduos para aterro, máximo 10%) e que melhor se adeque às necessidades dos cidadãos.
Qual o papel da tecnologia e da IA na Sotkon?
Acreditamos no potencial dos dados angariados nos contentores RSU para ajudar municípios e cidadãos a reciclar mais e melhor. Dispositivos IoT angariam dados sobre os contentores, utilizadores, depósitos e resíduos. Este Big Data é trabalhado por algoritmos de IA que permitem, não só a monitorização em tempo real, mas também predições, previsões e recomendações para resolução de problemas e melhoria contínua. A nossa app permite também a cada cidadão acompanhar o seu desempenho ambiental, valoriza as suas boas práticas e ajuda os municípios a superar o enorme desafio que constitui a educação e sensibilização para a reciclagem.
Que desafios quer superar a empresa até 2050?
Queremos ser um agente global no desenvolvimento de economias circulares através de soluções simples, eficientes e seguras para a gestão de resíduos urbanos. Vamos continuar a motivar as nossas equipas para a inovação, em parceria com clientes e fornecedores, e levar as nossas soluções a todos os países!
Qual a relação da Sotkon e dos seus serviços com o munícipe?
Tanto os municípios como os munícipes são nossos “clientes”, na medida em que o Sotkis, através da sua app (disponível para Android e iOS), permite a integração dos princípios PAYT (Pay As You Throw), RAYT (Reward As You Throw) e SAYT (Save As You Throw). O Sotkis transforma as boas práticas de reciclagem em valor económico através de recompensas que podem ser redimidas no nosso marketplace, onde podem constar tanto ofertas de multinacionais, como também de comércio local. Para além disso, ao poder monitorizar os seus próprios hábitos de reciclagem, os cidadãos entendem melhor o seu impacto e ficam mais sensibilizados para o desafio que é a sustentabilidade do planeta e a finitude dos nossos recursos naturais.
*Esta entrevista foi publicada na edição 111 da Ambiente Magazine







































