No segundo dia da conferência anual da APREN (Associação Portuguesa de Energias Renováveis), diferentes entidades partilharam como tentam ter um papel ativo na proteção dos territórios e da biodiversidade no momento em que se decide implementar um grande projeto de energias renováveis.
José Pimenta Machado, presidente da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), foi um dos oradores deste painel e apresentou alguns números desta entidade, responsável pelos EIA (Estudos de Impacto Ambiental) e pelo respetivo aval dos projetos. Entre eles está o facto da APA ter aprovado, nos últimos anos, a maioria dos projetos energéticos apresentados (numa taxa superior a 90%), mas o presidente não deixou de destacar que “75% dos projetos aprovados ambientalmente ainda não estão em desenvolvimento”.
Lançando a farpa para questionarmos porque é que estes projetos não andam para a frente, Pimenta Machado ainda aproveitou para referir que o regime jurídico não está a facilitar e que será difícil alcançar as metas do PNEC (Plano Nacional de Energia e Clima).
Também Nuno Banza, presidente do ICNF, entidade que tem tido palavra em vários projetos em Portugal, frisou que o instituto não preza pelos seus valores próprios, mas sim “pelos valores da biodiversidade” – “somos todos beneficiários da manutenção de um conjunto de valores naturais que queremos todos manter e preservar”.
Como exemplo claro, referiu que o ICNF, nos últimos três anos, emitiu parecer a 96 projetos de energias renováveis, sendo que 82% foram alvo de um parecer favorável – o que invalida, segundo Nuno Banza, a ideia que se anda a propagar de que o instituto é contra as energias renováveis.
Também Gonçalo Lagem, Presidente da Câmara Municipal de Monforte, e Maria de Jesus Fernandes, Bastonária da Ordem dos Biólogos, participaram neste painel, reforçando que a biodiversidade deve ser um interesse superior, mas que os projetos de energias renováveis são importantes e podem trazer impacto positivo local, seja ele ambiental, económico ou social.
A Portugal Renewable Energy Summit realizou-se nos dias 2 e 3 de outubro, no Grande Auditório da Culturgest, em Lisboa, juntado diferentes players do setor para debater a atualidade e o futuro das energias renováveis.







































