O ENEG 2025 continua a trazer para debate temas fulcrais do setor da água e do saneamento, tal como a mesa-redonda “Construir pontes para o futuro climático: parcerias, governança e nexus água-território”, que contou com a intervenção de Jorge Vilela dos SMAS de Sintra.
O orador começou por referir que tanto disponibilidade quando qualidade são ambos importantes quando estamos a falar de recursos hídricos, mas destacou que, atualmente, a questão da disponibilidade é a que mais deve preocupar.
Visto que cada território tem as suas particularidades, por exemplo, em Sintra, o índice de água não faturada decresceu de 31% para 18%, muito devido à intervenção dos SMAS e a investimentos significativos, como na recuperação de reservatórios.
Este território, que tem serra, mar e zonas com diferentes densidades populacionais, conta com uma reserva de 35 mil m3 de água, o que Jorge Vilela considera confortável para fazer face a determinadas ocorrências.
Também nesta conversa participou Carlos Ribeiro do Laboratório da Paisagem, que explicou o funcionamento da entidade como impulsionadora da sensibilização e da educação para a sustentabilidade. Este centro de investigação, que trabalha ativamente com Guimarães, que será Capital Verde Europeia em 2026, acredita que a maior preocupação nos dias de hoje passa pela “instabilidade”.
Não sendo um território que tenha, por norma, problemas relacionados com a escassez hídrica, foi, outrora, devido à sua forte atividade industrial, uma zona muito preocupada com a qualidade da água.
Mesmo assim, Carlos Ribeiro considera imprescindível olhar para os outros territórios e aprender com eles, pois “a capacidade de recolha e análise de dados é maior agora e ajuda no planeamento do território”.
Para este interveniente, “a questão da água tem de ter palco nos fóruns europeus” e é importante pensar como se explica às pessoas o verdadeiro valor da água, que é dada com um bem adquirido.
Ainda neste debate participou Rodrigo Proença de Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico, que mencionou os impactos das alterações climáticas nas disponibilidades hídricas e na sua respetiva qualidade.
Face a um país tão heterogéneo, o orador comentou que as entidades gestoras têm de pensar em planos preventivos para diferentes situações, adaptados às suas realidades.
Além disso, o docente apelou a que as entidades reguladoras adaptem as exigências do setor a estas realidades tão diferentes entre si.
O ENEG 2025 está a decorrer até 21 de novembro, no Europarque, em Santa Maria da Feira, e a Ambiente Magazine é media partner deste evento organizado pela APDA.







































